Autoestima na arte: Tatuadora assisense realiza trabalho de reconstrução da aréola após câncer de mama

por Analli Venâncio última modificação 16/08/2024 16h38
Reconstrução mamária processo aliada na autoestima das mulheres

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Há quinze anos, Daniela Lartelli, conhecida como Dani Tattoo, realiza um trabalho de reconstrução da aréola para as mulheres que passaram pela mastectomia durante o tratamento contra o câncer. Os desenhos representam de forma realista a textura e cor dos mamilos da então ex-paciente. 

Com o passar dos anos, muitas mulheres realizaram o procedimento fornecido de forma gratuita pela tatuadora. Em entrevista à TV Câmara, a profissional fala que as experiências vividas e preservando a identidade das histórias contadas, tornaram-se roteiro de um filme já gravado e com estreia em breve.

“No momento em que você está fazendo tatuagem na pessoa, ela acaba se abrindo, contando as etapas de como foi o processo, do tratamento à cura, e a tatuagem acaba sendo a última etapa da tão esperada frase: estou curada!”, enfatizou a profissional.

A empresária Daniela Bavaresco realizou a mastectomia durante o tratamento. Um tempo após ter colocado a prótese de mama e já curada, foi ao encontro da tatuadora a fim de desenhar a aréola.

“É muito mais que uma tatuagem, porque quando eu cheguei aqui, estava completamente perdida. No final, eu olhei e pensei: tenho o meu seio de volta”, disse emocionada.

A tatuadora confessa que o trabalho é gratificante e que ainda ganha novas amigas e cada vez mais aumenta a procura por informações sobre o seu trabalho.

“Nós começamos a agradecer mais e reclamar menos. É um trabalho que eu faço e não cobro, porque é um presente que eu dou para essas mulheres, mas eu ganho muito, com amizades e experiências”, ressaltou. 

 Dados Indicativos 

O câncer de mama é o segundo mais prevalente entre as mulheres, após as neoplasias de pele não melanoma. No contexto brasileiro, esse tipo de câncer corresponde a quase 30% dos novos casos diagnosticados anualmente em mulheres, sendo também a principal causa de morte nesse grupo. Dados atualizados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que as estimativas para o triênio 2023-2025 apontam para um aumento de 10% nos novos casos em relação ao triênio anterior (2020-2022), totalizando cerca de 73.610 casos por ano.

É preocupante observar que essa tendência de aumento de casos no Brasil reflete a média mundial. Para combater essa situação alarmante, torna-se imperativo implementar ações voltadas para a promoção da saúde da mulher, com enfoque especial na detecção precoce do câncer de mama. Estratégias de saúde preventiva e educação sobre o diagnóstico precoce desempenham um papel fundamental na redução das taxas de diagnóstico em estágios avançados, que ainda ultrapassam 50% no país.

Fonte: Observatório de Oncologia